Espondilose deformante é uma doença degenerativa e proliferativa da coluna vertebral caracterizada pela presença de osteófitos (neo-formações ósseas) entre as vértebras resultando na formação de pontes ósseas entre os corpos vertebrais.
É caracterizada pelo aparecimento de projecções ósseas nas vértebras torácicas, lombares e lombo-sagradas. Estas projecções podem unir-se formando pontes ósseas entre os corpos vertebrais adjacentes.
Apresentação Clínica
A espondilose deformante tem sido descrita em cães e
gatos, normalmente de meia idade, mas alguns antes dos
dois anos de idade. A incidência da doença aumenta com a
idade. A espondilose ocorre em 50% dos cães com 6 anos
de idade e 75% com 9 anos de idade.
Uma alta incidência tem sido descrita em Boxers cuja
condição é considerada hereditária. Nesta raça, cães com
menos de um ano podem estar afectados.
As fêmeas são mais afectadas que os machos e existe uma
correlação positiva entre o grau de displasia e o
aparecimento de espondilose deformante.
A hereditabilidade parece ser um factor de alta
susceptibilidade em algumas raças, no entanto o
mecanismo de aparecimento da doença continua por
explicar.
A hereditabilidade deste processo degenerativo sugere em
algumas raças, como o Boxer, o despiste radiológico afim
de detectar pacientes gravemente afectados.
Uma escala de classificação para o grau de espondilose
foi criada de acordo com a presença e tamanho das
formações ósseas.
Assim temos:
A espondilose deformante pode estar associado a alterações degenerativas, herniação do disco intervertebral e estenose lombo-sagrada.
Normalmente não há sinais
clínicos característicos de espondilose deformante.
Os sinais clínicos que os animais afectados podem
apresentar são dor à palpação da coluna, claudicação de
um ou mais membros, alteração de marcha, agressão,
depressão. Os sintomas podem ser intermitentes, mas
pioram com o crescimento dos osteófitos. Animais
severamente afectados podem apresentar atrofia muscular
dos membros posteriores desde que os osteófitos
comprimam os nervos desses músculos. Estes pacientes
podem ter alterações de reflexos.
O diagnóstico é
radiográfico.
A espondilose deformante é um achado radiológico comum
em cães idosos, mas está raramente associado a sinais
clínicos. Geralmente, os osteófitos desenvolvem-se por
baixo e ao lado ao corpo da vértebra, e o seu
crescimento pode levar à formação de pontes no espaço
intervertebral.
A região toraco-lombar e lombo-sagrada são
particularmente afectadas.
Quando as alterações se localizam na região
lombo-sagrada podem existir sinais clínicos de doença
dessa região (dor, descoordenação).
Idealmente, devem ser realizadas pelo menos duas
projecções uma ventro-dorsal e outra lateral. Por vezes
pode ser necessária uma projecção oblíqua.
O tratamento da
espondilose deformante não é normalmente necessário.
No entanto podem ser administrados analgésicos se houver
dor causada pela pelo processo degenerativo da coluna.
A cirurgia é indicada apenas em situações onde a dor e os défices neurológicos estão presentes por compressão de um nervo ou da medula.
O prognóstico de animais
com espondilose deformante é normalmente muito
favorável.
Fonte: Site do Boxer Club de Portugal.